Prensador Edições, editora independente, especializada em produzir edições únicas e limitadas de colecções de gravura e técnicas de impressão artesanais


Subsídios para a história da gravura em Portugal, Coimbra, 1927 [B.A. 1595 V.]

Maurits Cornelis Escher

"Quando alguém, desde muito jovem, se dedica apaixonadamente à actividade da técnica da gravura artística, pode acontecer que encare o domínio perfeito dessa técnica como o seu maior ideal. Este atraente ofício toma todo o seu tempo e pede a sua total atenção, de modo que subordina mesmo a escolha do objecto ao desejo de experimentar uma determinada faceta da técnica. Na verdade, dá grande satisfação adquirir um conhecimento artesanal, desenvolver a capacidade de conhecer profundamente o material que está à disposição, aprender a usar com mestria e convenientemente os utensílios de que se dispõe em primeiro lugar: as próprias mãos."

Bienal Internacional de Gravura do Douro



"Apesar da situação de “interioridade” inevitável, há que dize-lo, Alijó afirma-se num espaço de grande valor, que interessa preservar, reunindo excepcionais condições para desenvolver o turismo cultural, não esquecendo pois, o facto de estarmos na mais antiga Região Demarcada do Mundo, berço do celebre “Vinho do Porto”, que é do Douro e que possui, neste momento, a classificação da Unesco como Património da Humanidade com todo o direito. É neste contexto que surge a Oficina de Gravura de Alijó.  Achamos que foi da maior importância para o panorama cultural da região, a criação de um espaço de intercâmbio multicultural de artistas, onde possam incrementar Acções de Formação, Exposições, Bienais, no âmbito da secular arte da Gravura, mas também, noutros domínios culturais e recreativos, mais ou menos interligados e em cooperação com outras Entidades ou Eventos.
Após a fase vitoriosa de criação do Núcleo de Gravura, pensamos ter já preenchido, uma notória lacuna regional, no que diz respeito à existência de um organismo multicultural aberto, favorável à livre troca de experiências e ideias, reunindo assim, condições excepcionais para a prática da Gravura Artística.   
Com a Oficina de Gravura, criou-se um Núcleo de Artistas, com vista à participação em certames Nacionais e Internacionais, Concursos, Prémios e Bienais; fomentar e promover o intercâmbio internacional de artistas e lançar as bases para a realização de uma Bienal Internacional de Gravura, pondo dessa forma a Região no mapa do panorama cultural e artístico internacional.
Assim, o Projecto de criação da “Bienal Internacional de Gravura do Douro“ assenta em bases sólidas, num contexto ambicioso e que contribuirá certamente, para o desenvolvimento cultural da nossa região e das nossas gentes.
Este Projecto abraça duas linhas de orientação: uma, no sentido da criação de um Certame Internacional de Gravura e a outra no sentido de, em torno da Bienal, realizarmos inúmeras actividades culturais e recreativas nomeadamente, teatros, animação de rua, concertos, etc., criando assim, as raízes fundamentais para que o projecto se torne, num Evento Cultural de grande impacto para a Região e o País.
 É também intenção do Núcleo de Alijó, criar um Museu de Gravura, com o espólio artístico herdado das Bienais realizadas.
Mais que uma espectacular exposição de gravuras, pretende-se que este Evento traga a Alijó e a toda a Região de Trás – Os - Montes e Alto Douro um pouco mais de cultura .  Neste “ deserto cultural ” em que nos inserimos; neste País com enormes potencialidades culturais, mas que pouco investe em cultura; numa sociedade cada vez mais centralista e “litoralista”, cabe-nos a nós Transmontanos, remar contra a maré, criando desta forma, melhores condições e perspectivas de vida para os nossos filhos.
 Como Alijoense, agradeço a todos quantos ajudaram e tornaram possível a criação do Núcleo de Gravura de Alijó, nomeadamente a um dos seus mentores, o Artista Gravador Belga Daniel Hompesch, que não sendo Português, abraçou com toda a força e com a sua experiência de Mestre, todo este Projecto. À Câmara Municipal de Alijó, na pessoa do seu anterior Presidente, Dr. Joaquim Cêrca e restante Executivo, à Junta de Freguesia e seu “incansável” Presidente, Sr. Alípio Alves, ao actual Presidente da Câmara Municipal, Dr. Artur Cascarejo e ao actual Vereador da Cultura, Eng.º Luís Azevedo, ao Presidente do Grupo Recreativo e Cultural de Alijó, Sr. Rui Vasconcelos e também, a todos os Patrocinadores, Sócios, Participantes e Amigos, que sobretudo, acreditaram no nosso Projecto. A todos eles, os meus sinceros agradecimentos.
 Consciente da elevada responsabilidade que sobre mim pesa, espero que um dia possamos todos colher os frutos desta árvore, que só agora viu nascer os primeiros ramos."


NUNO CANELAS    (Director do Núcleo de Gravura de Alijó)

A GRAVURA: ESTA MÚTUA APRENDIZAGEM

“Pode dizer-se que a gravura moderna tem origem exactamente em 1956, quando se formou a Gravura. E pode falar-se de aventura.” - escreveu Fernando de Azevedo, em 1976. “Se digo aventura, é porque de facto o foi, sabido que todas as aventuras comportam riscos. Que risco não seria, então, congregar artistas e coleccionadores, os primeiros tentando o que não tinham sequer aprendido, tentando os segundos acompanhá-los sem o terem aprendido sequer. Esta mútua aprendizagem é uma das coisas bonitas que aconteceram nos últimos anos da vida artística portuguesa.”